terça-feira, 4 de abril de 2023

AYESHA EROTICA — O Perigo do Doxing e a Ruína Instantânea da Carreira de uma Popstar


Em 2015 à 2016, muitos artistas alternativos como Lana Del Rey, Grimes e Charli XCX lançavam seus respectivos projetos: Honeymoon, Art Angels e Vroom Vroom, que apesar de terem feito êxito e possuírem natureza sonora diferente de muitos outros trabalhos que estavam sendo expostos na época, ainda eram simples e tais artistas já haviam explorado o gênero alternativo anteriormente, ou seja, eram trabalhos comuns para a época, até surgir o álbum Big Juicy, lançado pela artista Ayesha Erotica com os hits Big Juicy e Emo Boy viralizados até a presente data do post, sendo esse projeto um dos mais influentes na comunidade alternativa da época, pelos instrumentais e conceito bastante alternativo para o que vinha sendo produzido naquele ano, principalmente pelo seu teor altamente erótico, com sarcasmo e um certo grau de humor negro em todas as suas produções, sendo seu álbum de 2016, Big Juicy, um marco na sua vida profissional que acabara de começar, e nem por ter sido um sucesso, Ayesha parou de produzir conteúdo e descansar, num período de três anos, ela já havia trabalhado em 10 álbuns.

Foi um período de sua carreira em que foi chamada de pioneira junto com artistas como SOPHIE, A. G. Cook, Ke$ha e Britney Spears, por alavancar um novo gênero que vem popularmente sendo chamado de Hyperpop.
Este gênero que é bastante flexível e indefinido até a contemporaneidade, ele pode ser definido como um tipo de música que leva os elementos da música pop atual ao seu extremo, com batidas gigantes, refrões ainda mais pegajosos e conceitos como a sexualidade, amor ou medo levados ao máximo no liricismo e nas composições, porém ao todo, seu aspecto geral e imutável é ser acessível para artistas LGBTQIA+, o gênero busca dar visibilidade a artistas que não são muito bem vindos na indústria musical e a comunidade que possui interesse por esse gênero sempre recebe bem os projetos mais experimentais e multi-facetados conceitualmente dos artistas emergentes do hyperpop.
Toda relevância e sucesso que a artista conseguiu regrediu em 2018, quando a artista sofreu severa exposição de um perfil anônimo da internet que se auto denominava de "Void", que vazou diversas informações pessoais e sensíveis da artista, bem como seu endereço, celular, nome morto, número de identidade, etc. Esse tipo de exposição/perseguição online é chamada de doxing, que segundo o Wikipédia, consiste na prática virtual de pesquisar e de transmitir dados privados sobre um indivíduo ou organização. Os métodos empregados para adquirir essas informações incluem a procura de bancos de dados disponíveis publicamente e mídias sociais, hacking, e é considerado pela Constituição Federativa Brasileira como um crime de acordo com o artigo 153 do Código Penal, e bem como em outros países, assim como o da artista.
Com seus dados vazados, a artista se envolveu em mais um escândalo de doxing, mas que desta vez Ayesha seria a culpada, que foi o caso do artista novo no cenário hyperpop Quin Fatale, esse que tinha suas composições e produções feita pela Ayesha, todavia, a relação entre os dois era bastante instável, e Ayesha o acusou de tê-la doxado, e como resposta, vazou as informações do artista e de toda sua família, injustamente acusado, Quin possuía em mãos todas as demos e letras em que Ayesha estava trabalhando na época, vazou também que a artista era trans, com diversas fotos de Ayesha antes de fazer transição e expôs seu nome morto (nome a qual um indivíduo trans foi designado ao seu nascimento), o que deixou a artista em uma condição de crise e instabilidade emocional. Uma nota foi postada pela artista se retratado pelos seus atos e que iria voltar ao anonimato, pois sua vida e privacidade tinha sido colocada em risco, e para re-obter sua liberdade teria que abandonar a música e sua carreira.
Apesar das controversas e obviamente seus erros, seu estilo e identidade visual foram únicos o suficiente para gerar um grande impacto na moda e na música,  com sua marca estética registrada remeter aos anos 2000, e com sucessos como "Holy Bible Vacation" sendo um dos áudios mais viralizados na rede social TikTok até esse momento.
Ayesha possuía um extenso repertório musical que influenciava outras pessoas a construírem o mesmo som alternativo, sendo artistas como Slayyyter, Gupi, Caroline Polachek, Hannah Diamond, Brooke Candy e Dorian Electra que até hoje se inspiram nos trabalhos de Ayesha Erotica, e que servirão até os anos que vierem como uma rica fonte de inspiração na música pop experimental, e que abre portas a discussões de como a internet é perigosa e precisa ser mais eficiente no que diz respeito a segurança dos dados individuais privados na internet

Nota: todo o texto foi construído por mim, aluno Lucas Soares, devido haver muita falta de informações acerca do doxing da artista do texto.

— Lucas Soares

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